Ele se arrisca, se responsabiliza e assume deveres e dívidas. Perde dinheiro em várias tentativas, antes de ganhar algum lucro.

Passa horas corrigindo seus defeitos, procurando melhorar suas competências e entregas. Produz soluções, sempre com ética e inteligência.

Não sonega impostos e não tem caixa 2. Ajuda com todo carinho aqueles que realmente precisam, que estão em reais dificuldades. Está produzindo e criando, mesmo em ambientes de incerteza.

Curiosamente, grande parte das pessoas que vociferam sobre igualdade, esquecem de contemplar todos esses atributos do ônus, querendo apenas que você distribua uma parte considerável do seu bônus.

Ética é a forma inteligente e respeitosa de encontrar juntos a melhor forma de se conviver, onde ambos arcam com direitos e deveres, ônus e bônus.

Onde eu não tomo do outro o que não é meu (dinheiro, energia, amor) e não obrigo o outro a pagar eternamente pelas minhas ilegalidades, irresponsabilidades e incompetências.

Se não há um equilíbrio entre dar e receber, se não há trocas justas, não há a possibilidade de uma relação ética.

Então viveremos num ciclo vicioso onde há sempre alguém querendo ganhar vantagens indevidas. Arquitetando para obter o bônus que não é de seu direito e transferindo o ônus que é de sua responsabilidade. Como dizia Basquiat, “O Estado é a grande ficção através da qual todo mundo se esforça para viver às custas de todo mundo”.

Os atributos do ônus que estão acima fortalecem a integridade e tiram o ser do estado de fraqueza existencial. Pode ser sofrido e dolorido no curto prazo, mas dão eudaimonia, autonomia e intensidade de vida no longo prazo.

Preenche o ser de vontade de potência, de ser digno e responsável com o que lhe acontece. De produzir e criar, de sofrer e fracassar, de ajudar e ser ajudado. Sem tomar do outro o que você não produziu, sem culpar e responsabilizar o outro pela parte que lhe cabe na jornada, simplesmente por existir.

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Eduardo Carmello

Orioli
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